Regurgite, querida!

Abra as pequenas válvulas que te cobrem

E deixe escorrer e transbordar

O Abismo que te encolhe

Abismo esse que não te deixa mais sonhar.

Abismo esse que te move mas não te deixa transplantar.

Abismo esse perene, que te conforta enquanto enforca teu pensar.

Abismo esse perdido, que antes de tudo quer te reencontrar.

Abismo esse que estende a mão, esperando pra tu pegar.

Abismo esse que afunda, areia que sufoca teu ar.

Abismo esse que não é escuro, mas invisível pro olhar.

Pois a ele mastiga e cuspa, querida

antes que ele possa te devorar.